Melasma: 8 alimentos com compostos bioativos e ação fotoprotetora
O melasma é uma condição de hiperpigmentação ou hipermelanose que ocorre mais frequentemente na face. Caracteriza-se por manchas assintomáticas, com disposição simétrica e bordas irregulares, variando de marrom claro a escuro, afetando principalmente áreas expostas ao sol.
O melasma pode ocorrer em homens e mulheres de todas as etnias e tipos de pele, mas é especialmente prevalente em mulheres, podendo afetar até 30% daquelas em idade reprodutiva.
A causa exata é desconhecida, mas fatores como predisposição genética, desregulação hormonal, exposição intensa à radiação ultravioleta (UV), processos inflamatórios, alterações tireoidianas, estresse e uso de pílulas contraceptivas têm sido identificados como importantes na origem da doença.
Embora assintomático, o melasma é uma condição com um impacto significativo na aparência, causando sofrimento psicossocial e emocional que afeta negativamente a qualidade de vida e a autoestima dos indivíduos afetados. O manejo terapêutico é desafiador, exigindo tratamentos prolongados e o uso de múltiplas abordagens.
Uma estratégia eficaz no tratamento, envolve incluir na dieta alimentos ricos em compostos bioativos, antioxidantes, anti-inflamatórios e com ação fotoprotetora, tais como:
Frutas Cítricas: Como laranja, limão e acerola, são ricas em vitamina C, que inibe a ação da tirosinase, uma enzima necessária para a síntese de melanina, clareando manchas escuras e promovendo um tom mais uniforme na pele.
Oleaginosas: São ricas em vitamina E (alfa-tocoferol) que atua na despigmentação da pele pela inibição da produção de melanina e pelo aumento do conteúdo intracelular de glutationa peroxidase (enzima antioxidante). O α-tocoferol também pode absorver a radiação ultravioleta e retardar a melanogênese.
Frutas Vermelhas: Como açaí, romãs, morango, mirtilos e amoras são ricas em carotenoides precursores da vitamina A, com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antipigmentantes. Os carotenoides têm a capacidade de bloquear a melanogênese através de diversas vias de sinalização e auxiliam no clareamento da pele por inibição da ação da tirosinase e da síntese de melanina.
Polypodium leucotomos: Contém compostos fenólicos que atuam como fotoprotetores. Um estudo controlado, randomizado e duplo-cego realizado em 2018 avaliou os efeitos do Polypodium em asiáticos com Melasma. O grupo de intervenção (n = 20), já em tratamento da doença (uso de filtro solar cutâneo fator 50 e hidroquinona tópica na concentração de 4%), recebeu, por 12 semanas, 480mg do extrato de Polypodium leucotomos (Fernblock®) dividido em duas doses diárias. Como resultado, o grupo de intervenção teve o clareamento da pigmentação acelerado em comparação ao grupo placebo.
Tomate. Um estudo controlado randomizado com 55g de molho de tomate enriquecido com 16mg de licopeno no azeite de oliva por 12 semanas mostrou uma redução da metaloproteinase-1 e dano ao DNA mitocondrial causados pela exposição aos raios UV. Assim, demonstrando que o licopeno é um importante antioxidante e fotoprotetor oral.
Romã: É conhecida por conter punicalaginas e ácido elágico, compostos que oferecem benefícios significativos no tratamento do melasma. Esses ingredientes possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que ajudam a diminuir a hiperpigmentação causada pela doença, combatendo os radicais livres e promovendo o clareamento das manchas escuras.
Mamão: Contém a enzima papaína, que atua como um excelente esfoliante natural na renovação celular da pele e na redução da melanina, clareando manchas escuras e promovendo um tom de pele mais uniforme.
Vegetais de folhas verdes: Como couve, espinafre e brócolis contêm antioxidantes como betacaroteno, licopeno e luteína, que ajudam a proteger a pele dos danos induzidos pelos raios UV.
Escrita por:
Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo /Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School/Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein /Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U. Instagram – @adrianastavronutri – Mais informações https://lattes.cnpq.br/
Matéria encaminhada por: RTA Comunicação/ Foto: Dra. Adriana – cedida